Há 35 anos atrás conhecemos o pastor Érico Rodolpho Bussinger e a irmã Rose Bussinger na Rádio Boas Novas, onde ele tinha uma programação. Depois, meu marido e eu (Pr. Francisco Djalma), nos ligamos diretamente ao pastor Érico e a comunidade começou aqui no Parque Paulista.
No início, as reuniões eram na minha casa. O pastor Érico enviou um casal de irmãos para nos instruir sobre a comunidade e a igreja. Eu, o pastor Ciro, a irmã Elisabete, e todos os sábados estávamos em consagração na minha casa, das sete ao meio-dia, por bastante tempo.
As pessoas foram chegando e se unindo a nós. Eu fiz um propósito diante de Deus: se essa obra fosse de Deus, eu queria um sinal na minha vida e na vida do pastor Djalma, que na época ainda não era pastor. Eu queria um sinal de que pessoas viessem do mundo para se entregar a Jesus junto conosco. E assim aconteceu! Deus foi movendo as circunstâncias, e as primeiras pessoas que vieram chegaram em menos de uma semana. Uma irmã, ao passar próximo da casa dela, pediu ao Djalma: “Pelo amor de Deus, vai lá pregar para o meu marido”, e ela nem crente era. Fomos, sim, e esse foi o primeiro casal que chegou para servir ao Senhor conosco. Hoje, esse irmão é o pastor Severino Emanuel.
E assim as coisas foram acontecendo. Francisco Costa foi trazido pelo Severino, e Silvana e Silvano foram trazidos também. Começamos na parte de baixo da minha casa, numa salinha na rua 23, e depois passamos para a parte de cima, porque as pessoas foram aumentando.
Chegou um momento em que precisávamos nos separar, apesar de gostarmos de estar todos juntos. Normalmente, os crentes gostam de ficar juntos, mas com o entendimento da parte de Deus, e sob a instrução do pastor Érico, começamos a organizar as células.
Em uma quarta-feira, Djalma, que ainda não era ordenado pastor, designou alguns irmãos mais experientes para cuidar de outros. A irmã Jorgina foi uma dessas pessoas. Quando o pastor Djalma mencionou seu nome, ela tremeu, perguntando-se como cuidaria de alguém. Mas assim começou sua célula, junto com outras irmãs.
Francisco Fran, que se uniu a nós desde o início, começou a liderar um grupo de adolescentes, e hoje um desses adolescentes é o pastor CH, pastor na Comunidade Ramá em Santa Cruz da Serra. As células foram se separando dessa forma e foram crescendo, com mais e mais pessoas se unindo. Francisco Costa e Silvana assumiram uma célula, assim como Severino e Elza. No início, as células foram aumentando e as pessoas vinham se entregar a Cristo, confirmando que a obra era realmente de Deus.
Chegou um momento em que não era mais possível manter as reuniões em cima da minha casa por causa do peso das pessoas. Fomos para a casa do irmão Itamar e da irmã Georgina, onde havia uma varanda grande, e ficamos lá por bastante tempo. Assim, as células foram se multiplicando, e um irmão cuidava de outro, um grupo ia para um lugar, outro para outro. Tínhamos células em Barreira, Fragoso, Suruí, e em outros lugares.
Eu lembro de uma irmã idosa no início, que expressou o desejo de cuidar de alguém. Ela disse: “Gostaria muito de cuidar de alguém”. E eu disse: “Que maravilha, glória a Deus! Mas a irmã vai cuidar de quem? Deus vai preparar pessoas para a irmã cuidar”. E assim, em pouco tempo, essa irmã estava cuidando de quatro anciãs e da filha de uma delas. Ela ficou maravilhada quando chegou sua vez de cuidar de uma célula. Isso foi no início, quando já estávamos na parte principal da casa do irmão Itamar, pois já não havia mais espaço suficiente.
Nós também nos reuníamos com um casal de irmãos em Parada Angélica, onde fazíamos cultos. Eles vinham aos cultos e, na reunião de célula, íamos até a casa deles.
Foi uma grande bênção, graças a Deus. Muita coisa aconteceu e continua acontecendo até hoje. Às vezes, algo passa despercebido por causa do tempo, mas vamos lembrando de cada episódio. É muito interessante para nossas vidas.
Desde o início, usamos esse formato, como o pastor Érico tem nos instruído até hoje. Reunimos em células, compartilhamos, oramos, e Deus atende maravilhosamente. Estamos aqui para a glória do Senhor, continuando com as reuniões de célula. Alguns irmãos, às vezes, fogem um pouquinho do ritmo de uma célula, mas sempre instruímos que é importante compartilhar e orar, sem fugir do que é certo. O que temos aprendido é o melhor para nossas vidas, seguindo a visão que Deus deu ao pastor Érico.
Outra coisa que me lembrei no início é que não sabíamos muito bem como fazer uma reunião de célula. Então, eu, irmã Georgina, irmã Silvana, e outras irmãs mais antigas íamos para Niterói, para nos reunir com a irmã Rose todas as quartas-feiras. Foi um período muito interessante, pois queríamos aprender e ser instruídas pela pastora Rose. Dividimos as células aqui e começamos a ter mais responsabilidade com as reuniões no Parque Paulista, até não termos mais condições de ir a Niterói com tanta frequência.
No início, nós cantávamos muitos corinhos, pois não tínhamos cantor ou tocador. Apenas um irmão tocava bandolim, o pai do Adriano, que estava desviado havia nove anos. Quando começamos a comunidade, ele voltou para Jesus e trouxe o bandolim. Cantávamos com simplicidade, sem barulho de tambor, apenas com o bandolim e um pandeiro.
No início, tínhamos uma rádio comunitária aqui no Parque Paulista, a Rádio Ebenezer, cujo número era algo como 100,7 (não me lembro ao certo). Essa rádio funcionou por alguns anos em vários endereços, mas o lugar mais fixo foi na minha casa, na rua 23. A rádio funcionou na parte de cima da minha casa por muitos anos, sendo uma bênção para toda a redondeza. Muitos ouviam a programação, e era muito bom ouvir das pessoas na rua: “Ouvi a programação hoje, foi muito bom”. Isso nos deixava maravilhados, sabendo que alguém estava ouvindo.
Enfim, foi um período muito bom, que trouxe bons resultados, edificando vidas e aproximando pessoas de Cristo.
Relato da Pra. Fátima Batista, esposa do Pr. Djalma Batista da Comunidade Ramá em Parque Paulista.