Pr. Érico Rodolpho Bussinger, 31 de dezembro de 2024

Nossa visão da comunidade sobre a passagem de ano é de que essa época representa tanto oportunidades quanto perigos. No hemisfério sul, o fim do ano coincide com o verão, trazendo calor, praia, poucas roupas e prazeres da carne. Isso, naturalmente, constitui tentações para os cristãos individualmente.

Além disso, as comemorações de fim de ano enfatizam o consumismo, o investimento em prazeres, festas e shows — tudo aquilo que agrada aos olhos, a concupiscência dos olhos e da carne, como o comer, beber e se divertir. O Brasil criou algo bem-sucedido: o 13º salário, que injeta um dinheiro extra para que as pessoas possam comemorar. Entretanto, isso também se torna um esquema sedutor para o cristão que deseja viver fielmente em Jesus.

Nós não recomendamos celebrações custosas. No Natal, sugerimos que as pessoas valorizem o encontro com parentes e tentem buscar a Deus — algo que, reconhecemos, não é fácil. Já a passagem de ano é para nós um momento de avaliação. Olhamos para trás, entregamos nossa leitura da Bíblia a Deus e nos sentimos felizes ao ver muitos irmãos perseverando na leitura, completando a Bíblia inteira junto conosco.

Ler a Bíblia é o mínimo que podemos fazer para agradar a Deus. Jesus disse: “Se vocês Me amam, guardem a Minha palavra.” Amar o Senhor inclui ter sede da Sua Palavra, demonstrada pela perseverança. Ler a Bíblia diariamente é uma disciplina que fortalece essa perseverança. Por isso, dividimos as leituras de forma equilibrada, lendo porções adequadas a cada dia, como o Salmo 119 em um único dia, ou sete salmos curtos em outro. Compartilhamos essa leitura em diferentes versões, o que enriquece nosso entendimento e edifica a comunhão entre os irmãos.

No final do ano, consagramos a Deus nossa leitura e cremos que Ele a recebe e abençoa. Também consagramos o novo ano e começamos a leitura com alegria. Nos primeiros dias, revisitando Gênesis, já observei coisas novas que não tinha percebido antes. Para mim, isso é significativo. A Bíblia é um livro vivo, que sempre nos revela algo novo. Eu me delicio ao me debruçar sobre suas páginas, e cada ano quero lê-la mais, com mais vontade e alegria.

Em nossa vigília de passagem de ano, convocamos os irmãos para a ceia do Senhor e, em seguida, uma vigília de oração. Apesar de alguns desafios pessoais, como cansaço e problemas de saúde, fui sustentado por Deus. Cada hora que passava, mesmo sentindo fraqueza física, pedia graça ao Senhor, que me renovava. Quando a meia-noite chegou, entreguei ao Senhor com gratidão e alegria.

Após a ceia, recebemos novos membros em nossa comunidade, um momento de grande alegria. A confraternização com os irmãos foi repleta de comunhão e amor. Apesar do meu desejo de cumprimentar pessoalmente todos os presentes, consegui saudar a maioria e fiquei contente ao ver como Deus tem abençoado a vida dos irmãos.

O Brasil enfrenta tempos difíceis, com economia instável, mas ainda assim, as comemorações de fim de ano foram marcadas por consumo excessivo. Muitas pessoas gastaram além de suas possibilidades, e observamos algumas faltas, inclusive de pastores e líderes, em nossas celebrações. Apesar disso, sentimos a mão de Deus nos sustentando durante a vigília.

A oração final foi especialmente marcante. Sentia-me completamente renovado pela presença de Deus, e ali, de joelhos, não pude fazer mais nada senão agradecer e louvar ao Senhor. Muitos irmãos testemunharam terem sido renovados espiritualmente, falando novamente em línguas e experimentando a graça de Deus.

Essa é nossa alegria: ver a missão cumprida e uma etapa vencida com a bênção de Deus. Meu irmão, minha irmã, receba minha saudação, meu abraço e minha alegria em compartilhar esse momento tão especial. Amém.