MUNDO EM QUE VIVEMOS – PASTOR ÉRICO RODOLPHO BUSSINGER – 22 de Janeiro de 2025

A multiplicação dos pães em Marcos 8 nos revela algo profundo: Jesus não criou pão do nada — Ele multiplicou o pouco que os discípulos entregaram. Esse detalhe é essencial. O milagre não começa com o céu, mas com a entrega da terra. A compaixão de Jesus por uma multidão faminta revela que a verdadeira fome não era apenas física, mas espiritual, e Ele não ignorou nenhuma das duas. O alimento veio, mas só porque alguém decidiu oferecer o pouco que tinha.

Hoje, a igreja vive cercada de conforto, mas desnutrida de ações. Deus quer multiplicar, mas muitos crentes não querem entregar seus sete pães. A fé virou consumo, e não entrega. Milagres ainda acontecem, mas Deus espera nossa parte: orar, ir, pregar, repartir. Ficar dentro das quatro paredes de uma igreja, esperando bênçãos, sem nunca gerar frutos, é desperdiçar o propósito. Deus não quer só ajuntamento; quer envio, missão, vida partilhada.

Testemunhos de multiplicações materiais ainda existem, mas o maior milagre que o Senhor deseja fazer hoje é o da multiplicação de discípulos. E isso exige ação, não apenas oração. Exige disposição para sair, envolver-se com quem está longe, faminto, desprezado. O cristianismo que se recusa a sair do conforto não é bíblico — é religioso. A igreja que em 20 ou 30 anos não gerou nenhuma célula, congregação ou missão está estéril, mesmo que cheia de gente.

Jesus continua dizendo: “Dai-lhes vós de comer.” Ele espera nossa iniciativa, nosso movimento, nossa entrega. O milagre acontecerá nas mãos de quem obedece e parte o pão, de quem fala a Palavra em casa, na rua, no trabalho. É tempo de deixarmos o comodismo e assumirmos nosso papel: levar alimento espiritual aos famintos de alma. Não importa quantos ouvirão — importa que saiamos para falar. Porque o pão multiplica-se no caminho, não no sofá.

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