A paz do Senhor, meus irmãos e irmãs! Eu sou a irmã Kelly Monize da Silva, esposa do pastor Francisco Clodoaldo Sales, da Comunidade Ramá, em Barra dos Coqueiros, Sergipe. Vou contar um pouco de como surgiu a Comunidade Ramá no Sergipe e como foi que viemos para cá.
Sou natural de Sergipe, e meu esposo é natural do Rio de Janeiro, embora a família dele seja cearense. Ele nasceu e cresceu um pouco no Rio, depois foi para o Ceará e, jovem, voltou para o Rio. Eu nasci aqui e, ainda adolescente, fui para o Rio aos 14 anos. Cada um de nós viveu sua vida, depois conheci Jesus e, logo após, conheci meu esposo.
Quando Vitor, nosso segundo filho, nasceu, recebemos uma promessa de Deus. Eu já sonhava, sempre me via em lugares pregando o Evangelho. Deus me dava muitos sonhos em que eu estava em diferentes lugares, pregando o Evangelho e enfrentando muitas barreiras e dificuldades. Em quase todos os sonhos, eu expulsava demônios. Sempre falei que era pela misericórdia de Deus. Quando eu vinha para cá, para rever os parentes, eu sempre falava do Senhor e achava que esses sonhos estavam relacionados a isso. No entanto, nos sonhos, eu já me via em ruas asfaltadas, diferentes das ruas de barro que conheci quando era criança.
Quando retornei para cá, vi que as ruas já eram asfaltadas, como nos sonhos. No nascimento do nosso filho Vitor, Deus deixou mais claro que havia um chamado na vida do meu esposo. Uma pessoa entregou uma profecia, dizendo que via meu esposo no ministério. A irmã, que era assembleiana, veio à nossa casa orar pelo Vitor, que estava passando por uma situação, e falou que via uma cadeira, que entendi ser relacionada ao ministério, e que nós viríamos para uma cidade que ela não sabia qual era. Depois que tudo aconteceu, eu vim a entender por que Deus não mostrou tudo de imediato. Eu não me via mais morando aqui em Sergipe. Imaginava que Deus nos levaria para qualquer outro lugar, até mesmo para a terra natal dos pais do Clodoaldo, mas jamais imaginava que seria em Sergipe. Guardei aquilo no meu coração e continuei fazendo o que Deus permitiu fazer na época, lá no Rio, como serva dele. Vitor foi crescendo, as dificuldades foram surgindo, e eu guardando a promessa de Deus.
No meu casamento em Friburgo, celebrado pelo Pastor Érico Rodopho Bussinger, Deus também deu revelações enquanto estávamos de joelhos, recebendo a oração na hora da cerimônia. Deus mostrou uma obra grande, e assim foram ditas as palavras saindo da boca do Pastor Érico, quando colocou a mão na cabeça do Pastor Clodoaldo, que via grandes buracos profundos, não coisa rasa. Eu entendi que era a obra de Deus, mas não sabia que seria assim.
Visita da Pra. Ana Paula de Nova Friburgo, RJ
Então os anos se passaram. Eu sempre vinha para cá, não com tanta frequência, mas vinha. Meu marido nunca vinha, devido ao trabalho, sempre vinha com as crianças. Mas em janeiro de 2013, o Pastor Clodoaldo decidiu vir comigo. Eu nem acreditei! Viemos em família, todos juntos. Chegando aqui, após alguns dias, ele olhou para mim e disse: “Kelly, vamos vir morar aqui.” Na hora, mil coisas passaram pela minha cabeça. Primeiro achei que era brincadeira, mas depois o Espírito Santo me lembrou da promessa de tantos anos atrás.
Vitor tinha uns quatro meses quando recebemos a promessa, e, ao vir para cá, Vitor já tinha sete anos. Naquele exato momento, o Espírito Santo me fez lembrar do chamado e do ministério que Deus estava preparando, pois Ele havia dito que nos levaria para uma terra onde já estava preparando pessoas que precisaríamos cuidar, direcionando isso para o meu esposo. Eu guardei aquilo, mas não sabia para onde seria nem quando aconteceria.
Voltamos para o Rio, e eu comecei a orar, pedindo a Deus confirmação, porque seria uma mudança radical. Queria ter certeza de que viríamos para cá não só para mudar de cidade, mas para colocar em prática a promessa de Deus. Meu esposo não falou no sentido espiritual, mas quem estava crendo e observando os sinais de Deus era eu. Fiquei orando e buscando a Deus, que foi confirmando através de sonhos e de pessoas. Então, em 2013, participamos de uma ceia em Petrolina, que ocorre todo ano.
Na época, o Pastor Érico nos aconselhou a visitar a congregação em Vila Isabel, para ver se seria mais viável, pois morávamos em Jacarepaguá, e antes morávamos em Bangu. Passamos a frequentar os cultos lá, e naquela ceia, o Pastor Francisco pediu ao Pastor Érico para orar por nós, pois seria nossa despedida. A igreja orou por nós, e ainda participamos da ceia de Ano Novo.
Em dezembro de 2013, decidimos vir para cá definitivamente. Viemos e fizemos muitos planos. Meu coração sempre voltado para a obra de Deus, imaginando como seria. Meu esposo, já não tanto, dizia que não queria, que não se via nesse papel. Eu também não me via, é uma responsabilidade muito grande. Mas eu tinha muito temor a Deus e dizia: “O chamado é para ele, não para mim, então o Senhor vai fazer.”
Chegando aqui, Deus preparou uma casa do jeito que pedi, porque as casas daqui são bem diferentes. Eu falei: “Senhor, não quero essas casas com parede pela metade, quero uma casa de laje, com três quartos.” Deus cuidou até disso. Comecei a orar, pedindo direção para iniciar a obra. Sempre aproveitei as visitas à família para falar do Evangelho, e a semente nunca volta vazia.
Meu esposo abriu um comércio, mas não deu certo porque não estava no foco do propósito de Deus. Continuei orando, e uma amiga de infância me procurou, dizendo que Deus havia mandado ela congregar conosco. Foi um despertar para entender o propósito de Deus. Com o tempo, começamos a nos reunir na garagem da nossa casa, que por coincidência era na mesma rua onde hoje é nosso salão de culto. Ficamos ali até 2014, com cerca de 18 a 20 pessoas, e assim começou a comunidade Ramá em Barra dos Coqueiros.
Com o tempo, outras pessoas vieram, como a irmã Dalva e a irmã Lud. Deus foi trazendo pessoas, e em 2018 começamos a alugar um salão, seguindo a direção do Pastor Francisco. Muitos irmãos vêm e saem, alguns não se identificam, mas não podemos forçar. Assim começou a comunidade Hamá, um chamado de Deus, não escolha nossa. Sabemos que não é fácil, é uma obra árdua, mas Deus nos chamou e nos capacita. Por vezes, me sinto só, mas sei que Deus está cuidando. Se não fosse por Ele, já teríamos retrocedido. Mas não sou de desistir. A obra foi feita assim, e assim surgiu a comunidade Ramá em 2014. Em 2018 tivemos um grande movimento, mas muitos irmãos se dispersaram. Agora, vejo novamente Deus formando um corpo mais sólido. Estamos aqui a serviço do Senhor, que nos escolheu e chamou, e deixo aqui meu abraço a todos vocês. A paz do Senhor.
Endereço da Comunidade Ramá em Barra dos Coqueiros, Sergipe. Rua: Av. Serep, esquina com 25 de Novembro,144 – Centro, Barra dos Coqueiros, Sergipe.